quarta-feira, 29 de julho de 2009

PRIMEIRO DIA APÓS A CIRURGIA – QUINTA-FEIRA – 16/7/09

Acordei às 08 horas com a boca, a língua e os lábios ardendo, agora somente em brasa, não havia mais chamas. Sentia menos dor do que no dia anterior e, completamente sem fome, sem vontade alguma de comer ou beber. Veja que estava desde terça-feira às 18 horas sem colocar nada na boca, nem comida e nem água. Impressionante que apesar da boca seca, não sentia sede. Muito bom.

Começou a romaria de telefonemas e visitas de parentes e amigos. É bom receber uma visita ou um simples telefonema.

Em uma dessas visitas, a Silvia ofereceu cocada e doce de cupuaçu que a vó tinha trazido de Belém do Pará. Foi um espetáculo à parte. Imagine a cena: eu, deitadão no hospital, sem comida e nem água, e a patroa distribuindo doces para os presentes. Todos sentados em cadeiras no sofá em frente a minha cama, tecendo os mais variados comentários sobres às iguarias em questão. Que delícia, que gostoso, quer mais um?... Olha, temos bombons de cupuaçú também, experimentem...Foi o meu primeiro contato com a vontade. Fome você não sente, mas vontade não se tem como evitar, principalmente quando excitada, como agora. À noite a cena se repetiu e não tinha como evitar. Achei que seria melhor assim (não tinha escolha), já começando a enfrentar o bicho de frente.

Lá pelas 10 horas recebi a visita do Dr. Celso que me fez algumas perguntas sobre o meu estado de saúde e emocional. Perguntei se deveria continuar tomando meus comprimidos para a pressão alta e ele disse que como estava tomando medicamentos contra dor, eles por si só, controlariam a pressão arterial, pois tendem a baixar a pressão do ministrante. Recomendou que deveria evitar falar muito para diminuir a formação de gases e inchar o abdômen. Somente após iniciar a liberação dos mesmos é que deveria recomeçar a falar. Foi a alegria da turma: ele vai parar de falar. Combinamos que ele voltaria no dia seguinte e que se o Raio-X que iria tirar pela manhã estivesse bom, e eu estivesse em boas condições, poderia me dar alta.

Em seguida aproveitei e tomei banho e a enfermeira refez os curativos. Sentia-me novo em folha e sem fome. Caminhei pelos corredores por duas vezes durante o dia.

O melhor momento é na hora das refeições. Aquelas panelinhas maravilhosas entram no apartamento exalando um cheiro fantástico que te faz se imaginar no Ataliba. No almoço serviram carne cozida, purê de batata, arroz e salada. Que cheiroso estava. Minha vontade de comer foi às alturas de maneira que a vó e a Silvia foram comer no banheiro, que por sinal é quase tão grande como o quarto. Gentileza delas.

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